Acaba a era PFL na Bahia e Lula é reeleito
Por: Diego Luduvice
Neste ano de 2006, como na maioria dos períodos eleitorais anteriores, não houve surpresas com relação ao posicionamento dos candidatos e das propostas apresentadas. No entanto, as campanhas eleitoreiras para presidente, senador, governador, deputado federal e estadual tiveram como pauta principal os escândalos do atual governo Lula. Mensalão, compra do dossiê por petistas contra os tucanos e as máfias da ambulância conhecida como sanguessugas, foram os principais assuntos tratados nos debates e nas propagandas eleitorais.
As propostas que vinham à tona sempre tinham o mesmo teor de desenvolvimento em áreas como saúde, educação, emprego e moradia. Os direcionamentos sempre foram distintos, já que revelam o modo de governar de acordo com o caráter ideológico proposto por cada partido e seus indivíduos.
Mudança no maior estado do Nordeste
Na Bahia, o candidato à reeleição como governador Paulo Souto do PFL, demonstrava superioridade em todas as pesquisas apresentadas. O seu principal oponente foi o candidato do PT e ex-ministro Jaques Wagner, que nas pesquisas sempre se apresentava em segundo nas intenções de voto dos baianos. Outros candidatos como Átila Brandão do PSC – PDT e Hilton Coelho do PSOL, não obtinham destaque em relação às pesquisas durante o processo eleitoral.
A vitória de Paulo Souto era eminente até para os mais esperançosos petistas que nem acreditavam em um possível segundo turno para governador. Toda esta conjuntura deve-se a força conquistada pelo PFL ao longo da história da Bahia, tendo como figura principal a imagem do coronel Antônio Carlos Magalhães.
O discurso do candidato Paulo Souto tinha uma linha bem definida. A Bahia é o estado que mais cresce no Nordeste e seu PIB superou até o nacional. Esta era o principal ênfase dada pelo candidato, juntamente com sua frase de campanha: “Já fizemos muito, mas sei que ainda a muito mais para se fazer”. Em contrapartida, o candidato do PT Jaques Wagner mostrava-se sempre disposto a enfatizar que o período em que os membros do PFL governam a Bahia estendeu-se demais, porém sem conquistar um desenvolvimento favorável para a população.
Apesar das pesquisas revelarem a reeleição de Paulo Souto no primeiro turno, o partido do PT convocava a sociedade para uma virada e transformação no governo que já durava 16 anos sobre domínio do PFL. Com certeza, o resultado das eleições para governador na Bahia foi considerado surpreendente diante do quadro que se apresentava durante todo período pré-eleitoral. As manchetes de todos os jornais mostravam a virada de Jaques Wagner que foi eleito no primeiro turno com 52,89% dos votos válidos totalizando 3.242.336 votos, contra 2.638.215 votos para Paulo Souto o que significa 43,03% dos votos válidos.
Já para presidente...
Era notória a reeleição de Lula para presidência do Brasil. Talvez pelo forte apelo que o governo vez pelo social com programas como Bolsa Família e Fome Zero. Também pode ter sido pela ascensão de cerca de 10% da população da classe D para a classe média. Mas os resultados do primeiro turno se mostraram destoantes das sugestões reveladas pelas pesquisas de votos assim como aconteceu na Bahia na disputa pelo governo. No primeiro turno Lula obteve 48,61% dos votos válidos contra 41,64% de votos para Geraldo Alckmin, o que levou a decisão para o segundo turno no dia 29 de outubro.
No debate realizado no domingo dia oito de outubro pela rede de Televisão Bandeirantes, entre os candidatos a presidência no segundo turno Geraldo Alckmin e Luís Inácio “Lula” da Silva, houve uma intensa troca de ofensa numa discussão norteada pela ética na política. Vários foram os questionamentos feitos por Alckmin em relação ao dossiê e sua suposta compra por petistas. Em resposta, o presidente Lula citou inúmeros dados comparativos do governo atual em relação aos oito anos de governo dos tucanos.
O debate serviu como uma prévia do que se revelou as ultimas semanas até o dia da eleição: uma campanha pautada no confronto direto e sem teor discursivo sobre projetos de melhorias para o país. Os jornais do sul do Brasil destacam em suas manchetes o constante ataque de Alckmin treinado incessantemente com os assessores, em contrapartida Lula se defendia demonstrando números do seu governo.
Após todas as problemáticas que envolveram o processo eleitoral para presidente neste ano de 2006, o resultado revelou que a maior parte da sociedade brasileira está satisfeita com o governo populista de Lula que obteve 58.295.042 votos, o que representa 60,83% dos votos válidos. Já Geraldo Alckmin, teve 39,17% dos votos válidos num total de 37.543.178 votos.
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